Novo reforço do Vasco nem jogou direito ainda e já quer voltar para o ex-clube
Em entrevista ao jornal L’Équipe, Payet revelou a existência de um acordo formal para seu retorno futuro ao Olympique de Marselha.
A saber, o meio-campista do Vasco, embora não tenha entrado em detalhes específicos sobre o contrato com o clube onde se tornou ídolo, confirmou que seu retorno ao time francês está garantido.
— Foi realmente uma temporada excepcional (a última no Marselha). E sim, no final, aconteceu a saída. Mas com o Marseille, tudo está muito bem definido. É um acordo já finalizado. Então, definitivamente haverá um retorno ao clube posteriormente, e conversaremos mais adiante sobre os pormenores do como e do porquê. Naturalmente, quero contribuir, desejo ser útil para continuar auxiliando o OM em seu crescimento, mas sim, está tudo documentado, então o retorno acontecerá.
— Como você mencionou, minha última temporada (no Marseille) foi desafiadora para mim no âmbito pessoal, porque evidentemente minha principal vontade é estar em campo. Porém, na posição de capitão, acredito que simplesmente cumpri meu papel. Esta é minha perspectiva, mas um capitão precisa se colocar à frente do grupo. E mesmo que o futebol tenha seu lado individual, ele é, primordialmente, um esporte coletivo. E foi exatamente isso que fiz. Zelei pelos companheiros. Dei atenção àqueles que não jogavam comigo. Cuidei dos que estavam atuando. Administrei as pequenas questões que poderiam surgir no vestiário, que poderiam aparecer entre o treinador e os jogadores. De fato, foi uma função diferente, mas me identifiquei muito com ela, porque o objetivo principal é o sucesso do Marseille.
Payet, do Vasco, responde sobre aposentadoria
Quando questionado sobre a proximidade de uma possível aposentadoria, Payet confessou que isso é o “que mais o assusta”. O meio-campista admitiu que ainda não sente o fim próximo, mas teme como será sua vida sem o futebol.
— O que mais me assusta é ver isso se concretizar. Honestamente, quando acordo todas as manhãs, sinto imenso prazer em treinar e em jogar novamente. Então, não estou dizendo hoje que o fim está próximo, mas, infelizmente, sei que em algum momento meu corpo vai sinalizar que chegou a hora, que é suficiente. Mas, sinceramente, amo tanto jogar futebol, sou tão apaixonado por esse esporte que acredito que o fim será muito difícil para mim.
— Não estou com medo, não, mas reflito comigo mesmo: quando chegar o momento de encerrar os treinos, deixar os gramados, parar de proporcionar alegria às pessoas, abandonar aquilo que sempre amei fazer durante toda minha trajetória, naturalmente será um desafio imenso. Claro que encontrarei outras ocupações e isso me permitirá dedicar mais tempo à minha família, mas sei que será uma transição bastante complexa.
Com mais de um ano de experiência no futebol brasileiro, Payet compartilhou que os maiores desafios em sua adaptação foram relacionados ao clima e à intensa programação de jogos no país.
— Para ser completamente honesto, o clima foi meu maior obstáculo. A combinação de umidade e calor, especialmente nos jogos de domingo às 16 horas, quando os termômetros marcam 38 graus e a atmosfera está extremamente pesada, torna o futebol extraordinariamente desafiador. Soma-se a isso o calendário brasileiro, que é incrivelmente congestionado. Mesmo sem participarmos da Sul-Americana ou da Libertadores, nossa agenda já é extremamente lotada. Fico impressionado com os atletas que disputam essas competições continentais, pois sinceramente, é um desafio físico e mental muito intenso.
O atleta cruz-maltino comentou que está habituado a lidar com a pressão de grandes torcidas, então sente como se pouca coisa tivesse mudado em sua passagem pelo futebol brasileiro. Ele ressaltou que o nível de exigência no Brasil é extremamente elevado.
— Depois de uma década no Olympique de Marselha, você já sabe como é lidar com pressão. Na verdade, às vezes tenho a sensação de que nunca saí de Marselha, pois os torcedores aqui no Brasil são igualmente intensos, tanto nos momentos positivos quanto negativos. Não existe tranquilidade, o que me obriga a sempre buscar meu melhor desempenho. O Brasil teve craques do calibre de Romário e Pelé em sua história, o que eleva ainda mais o nível de expectativa.
Quando questionado pelo programa sobre a decisão da Libertadores entre Botafogo e Atlético-MG, o meia francês afirmou que não existe favorito. Os apresentadores do L’Équipe fizeram brincadeiras sobre o Botafogo ser administrado por John Textor, empresário que enfrenta dificuldades no futebol francês com o Lyon, clube que está impedido de contratar e corre risco de rebaixamento caso não melhore sua situação financeira.